ANTES E DEPOIS: Veja fotos dos astronautas após quase 300 dias no espaço

ANTES E DEPOIS: Veja fotos dos astronautas após quase 300 dias no espaço - Longa permanência na ISS afeta corpo e rotina dos astronautas; veja imagens antes e depois da dupla.

Após 286 dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra.

No começo da noite da última terça-feira (18), a cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, pousou nas águas do Golfo do México, próximo a Tallahassee, na Flórida, num processo chamado amerissagem – o pouso controlado de um veículo espacial no mar.

Com mais de 9 meses no espaço, a dupla passou por mudanças físicas significativas nesses período, algo comum entre astronautas após longas estadias em microgravidade.

Imagens que mostram essa transformação ao longo de suas carreiras e, especialmente, após a missão prolongada.

 

Montagem mostra os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore em diferentes épocas. — Foto: NASA/Mark Sowa, AP Photo/John Raoux e Keegan Barber/NASA

Nas fotos, é possível observar Williams e Wilmore em três momentos: em retratos oficiais, durante o lançamento em junho de 2024, e no retorno à Terra em 2025 após uma permanência prolongada na ISS (veja abaixo).

No retrato oficial de 22 de setembro de 2004, aos 39 anos, Suni Williams aparece com cabelos escuros longos, um rosto descansado e uma expressão confiante, vestindo o tradicional macacão da Nasa.

20 anos depois, em 1º de junho de 2024, antes do lançamento em Cabo Canaveral, ela mostra cabelos com alguns fios grisalhos, mantendo o semblante otimista enquanto se prepara para embarcar.

Por fim, a foto mais recente, de 18 de março de 2025, revela uma astronauta visivelmente mais cansada, com olheiras perceptíveis e traços faciais que evidenciam o esforço físico da longa exposição à microgravidade.

Butch Wilmore também apresenta uma transformação semelhante. Em seu retrato oficial aos 49 anos em 20 de julho de 2012, ele exibe um rosto menos marcado pelo tempo, cabelo curto no estilo militar e um sorriso amplo no macacão da Nasa.

12 anos depois, na foto de 1º de junho de 2024, momentos antes do lançamento, Wilmore mantém o sorriso característico, com uma expressão determinada caminhando para a plataforma de lançamento.

As imagens do resgate em 18 de março de 2025 mostram ele com uma certa expressão de cansaço, linhas faciais mais pronunciadas e uma postura que reflete a dificuldade de readaptação à gravidade terrestre enquanto é auxiliado pela equipe de recuperação.

O astronautas da Nasa Butch Wilmore em 20 de julho de 2012, 1 de junho de 2024 e 18 de março de 2025. — Foto: NASA, AP Photo/John Raoux e NASA/Keegan Barber

Durante o período na ISS, ambos experimentaram alterações fisiológicas comuns em estadias espaciais extensas: redução da massa muscular, diminuição da densidade óssea e outras adaptações do corpo para um ambiente sem a força gravitacional.

Williams, que realizou duas caminhadas espaciais adicionais durante esta missão, agora soma 608 dias no espaço, o segundo maior tempo entre astronautas americanos, atrás apenas de Peggy Whitson. Seu tempo total em atividades extraveiculares aumentou para 62 horas e 6 minutos.

Já Wilmore acrescenta 286 dias à sua experiência espacial anterior, totalizando 464 dias em órbita.

Ossos e músculos: os efeitos da microgravidade

Sem a força gravitacional da Terra, o corpo humano passa por mudanças significativas. Uma das alterações mais evidentes ocorre nos nossos ossos músculos.

Em um ambiente de microgravidade (uma gravidade muito fraca, onde pessoas e objetos parecem flutuar, como no espaço), os ossos perdem cerca de 1,5% de sua densidade a cada mês, ou seja, ficam mais frágeis e suscetíveis a fraturas.

Isso acontece porque, sem o peso constante do corpo pressionando contra o solo, o organismo “entende” que não precisa manter estruturas ósseas tão resistentes.

“É como se o corpo dissesse: ‘Por que manter toda essa estrutura se não estou usando?'”, explica a Nasa.

 

Fora isso, os músculos também sofrem uma deterioração acelerada no espaço. Sem o esforço constante contra a gravidade, eles tendem a atrofiar rapidamente.

 

Infográfico mostra o que acontece no corpo de astronautas há tanto tempo no espaço — Foto: Arte/g1
Infográfico mostra o que acontece no corpo de astronautas há tanto tempo no espaço — Foto: Arte/g1

ustamente por causa disso, os astronautas seguem rotinas rigorosas de exercícios durante toda missão, com treinamentos aeróbicos e de resistência para minimizar essas perdas.

Segundo a NASA, os astronautas devem se exercitar por aproximadamente 2,5 horas por dia quando estão no espaço para reduzir os efeitos da gravidade zero em seus ossos e músculos.

Para isso, a agência desenvolveu máquinas especializadas para que os astronautas façam seus treinos diários. Um dos exercícios tradicionais é corrida em esteira — cerca de uma hora do regime de exercícios é gasta no equipamento.

Mas além da esteira, os astronautas também têm à disposição um sistema de levantamento de peso e uma máquina de ciclismo.

 

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